sábado, 22 de agosto de 2009

É agora ou nunca, Ronaldinho?

As boas atuações do brasileiro não podem ser como uma foto antiga, algo esquecido no passado.

“É agora ou nunca”. Este ultimato foi dado pelo técnico do Milan, Leonardo, na sexta feira, 21, fazendo referência que esta temporada pode ser a última grande oportunidade de Ronaldinho Gaúcho recuperar o seu futebol. E pelo visto deu certo. Na estréia do time de Milão pelo Calcio, contra o Siena, o ex melhor do mundo jogou como a tempos ele não jogava: passes milimétricos, dribles desconcertantes, chutes precisos. Ronaldinho voltou a utilizar seu extenso leque de jogadas.

O melhor em campo no jogo de hoje se movimentou muito bem e foi decisivo na vitória do clube rubro-negro ao dar uma assistência para Pato abrir o placar, ao participar ativamente do último gol, além de ter feito um gol de falta que foi bem anulado pelo árbitro da partida e, num lance que fez lembrar seus áureos tempos de Barcelona, quase anotou um belíssimo gol de bicicleta.

É demasiadamente cedo para afirmar que o segundo melhor Ronaldo brasileiro vai encantar o mundo futebolístico novamente. Foi apenas um jogo contra uma equipe medíocre e medrosa. Mas já é alguma coisa, até porque o brasileiro só atuava bem em partidas festivas, de preferência as que tinham mulher bonita e cerveja gelada após a pelada.

A mudança na forma do Milan jogar influiu bastante no rendimento do atleta de camisa 80, pelo menos na primeira partida do Calcio. Semestre passado, Kaká atuava mais a frente, exercendo a função do quarto homem de meio de campo, Seedorf também aparecia de trás, conseqüentemente, o Gaúcho acabou perdendo seu espaço e parou no banco – suas pífias atuações também colaboraram para isso. Nesta temporada, com a ausência dos dois meio-campistas e com o esquema armado por Leonardo (4-3-1-2), Ronaldinho tem a liberdade necessária para voltar a atuar bem.

O craque ainda sonha em vestir novamente a amarelinha e disputar mais uma Copa do Mundo. Para isso é preciso manter um nível elevado em suas atuações pelo clube rossoneri e ter pelo menos um pouco mais de profissionalismo, dedicar mais o seu tempo com treinamentos e descanso e evitar as constantes baladas (não podemos esquecer que jogador de futebol também deve ter seu tempo para sair, pra dançar, se divertir. Porém, tudo na vida tem sua hora certa e, assim como a diferença entre o remédio e o veneno, sua dose exata).

É agora ou nunca, Ronaldinho?

Foto: O Globo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dinheiro traz felicidade?

Numa sociedade capitalista como a nossa, dinheiro é tudo. Ou quase tudo. No mundo do futebol, um time rico tem uma probabilidade colossal de ser campeão comparado com um menos afortunado, principalmente no velho continente. E como a maior felicidade que um torcedor pode ter é ser campeão, podemos deduzir que, na grande maioria das vezes, dinheiro traz, sim, felicidade, pelo menos para o torcedor.

Para esta temporada, Real Madrid e Manchester City, respectivamente, foram os times que mais investiram em contratações de atletas, visando, claro, ter de volta o sorriso estampado no rosto de seus seguidores. Até porque, o ano passado foi dominado inteiramente pelos seus principais rivais, Barcelona e Manchester United. A equipe de Valdano gastou 247 milhões de Euros. Mais do que o dobro dos Citizens, que investiram pouco mais de 93 milhões.

Florentino Pérez, inspirado em sua primeira passagem pelo clube merengue, tratou logo de buscar reforços para dar início a seu projeto: montar uma equipe que possa disputar em igualdade de condições com o Barcelona e fazer do novo Real a segunda edição dos Galácticos. Os melhores e mais caros jogadores do mundo desembarcaram no aeroporto de Barajas. Além do atual melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, chegaram Kaká – o mais eficiente -, Benzema, Xabi Alonso e outros coadjuvantes como Arbeloa e Albiol. Não podemos esquecer dos bons e essenciais boleiros que já estavam no Bernabéu: Casillas, Robben e o eterno capitão Raúl.



Dos Galácticos de 2001/02, restou apenas ele, o Highlander espanhol. Mesmo não sendo muito alardeado pela imprensa, Raúl Gonzáles pode ser fundamental neste novo time, mesmo que não seja jogando.


Pellegrini possui a melhor mão-de-obra que um técnico pode desejar. Agora, ele tem que transformar, o mais rápido possível - até porque tempo é dinheiro - um amontoado de craques em um time vitorioso, missão, digamos, complicada. Isso porque o desejo dos Merengues é repetir a façanha do Barcelona na temporada passada, conquistar o triplete (Campeonato Espanhol, Copa do Rei e Liga dos Campeões). “Quero ganhar Copa, Liga e Champions” disse o comedido Kaká ao periódico madrileno (nos dois sentidos) Marca. Com um time recheado de estrelas não é nenhum pecado pensar alto assim.

Os azuis de Manchester não tem objetivos tão audaciosos assim. Uma vaga na Champions do ano que vem e, quem sabe, uma FA Cup da vida já estão de bom tamanho. Temos que levar em conta, para fazer essa análise, que na Inglaterra existem quatro clubes grandes, e o City não faz parte deles, diferentemente da Espanha, que conta com apenas dois, Barça e Real.

O time comandado pelo contestado Mark Hughes fez boas aquisições para a nova temporada. Obteve jogadores de alto nível técnico e adaptados à Inglaterra como Téves, Touré, Adebayor e Gareth Barry. O patético décimo lugar e os 40 pontos a menos do que o United na última Premier League devem ser esquecidos. Na luta pela última vaga na Liga dos Campeões, o Citizens provavelmente duelará com o Arsenal, que terá pouquíssimas chances de sucesso no Campeonato Inglês. Este - a liga inglesa - deverá ter a disputa mais emocionante dos últimos anos, com Chelsea, Liverpool e Manchester United brigando pelo título.

Só saberemos se a montanha de dinheiro deteriorado por esses dois clubes trará felicidade ao decorrer desta temporada que se inicia. Por enquanto, devido às aquisições feitas, os torcedores são só felicidade.

Foto: madridgalacticos.com

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Nada mudou

Nem mesmo Berlusconi mudou.

Nada de novo em Milão: a soberania interista permanece a mesma das temporadas passadas. É verdade que ainda estamos na pré-temporada e campeonatos como o World Football Challenge só servem para encher os bolsos dos clubes europeus e para os treinadores conhecerem melhor o potencial de todos os jogadores do elenco. Mas o Milan, mesmo tendo atuações razoáveis no torneio, dá mostras de que não fará frente à Inter e nem a Juventus (equipe italiana que melhor se reforçou) na luta pelo scudetto.

Depois de vender seu melhor jogador, Kaká, a equipe rossoneri não soube agir no mercado - Berlusconi preferiu gastar a fortuna da venda do brasileiro com suas namoradinhas. Sem dinheiro, Leonardo, um técnico em potencial, ficou de mãos atadas. Usou a base do passado e a tão esperada renovação, que ele mesmo pregava, não vai sair da sua cabeça.

O sonho dos rubro-negros era contar com Luiz Fabiano. Mas, provavelmente, eles acordarão com Trezeguet, insatisfeito com sua condição de terceiro reserva na vecchia senhora. O francês está prestes a encerrar a carreira, por tanto não é o nome mais indicado para dar começo a um novo ciclo. Entretanto, se pensarmos na ‘situação delicada’ que vive o clube milanês - das três partidas que disputou no torneio, perdeu todas -, e que no momento mantém poucos atacantes no elenco, chegaremos à conclusão de que, em tese, a contratação dele pode, sim, ser interessante.

Sem grandes nomes na pauta de contratações e com um time bem parecido com o do semestre passado, o Milan provavelmente ocupará um papel secundário no Calcio, brigando por uma vaga na Liga dos Campeões, juntamente com a Fiorentina, Roma e Genoa.

Diferentemente do rival, a Internazionale se reforçou, e muito bem. Mourinho identificou os setores mais débeis da equipe e, inteligentemente, soube aproveitar o mercado, gastando pouco. A zaga, mesmo sendo a menos vazada da temporada passada, não inspirava confiança e dependia muito das perfeitas atuações de Júlio César. Agora, ela conta com o experiente Lúcio. Se tecnicamente ele não é brilhante, sua garra o torna indispensável a qualquer time do mundo.

Milito está jogando bem a um bom tempo. Ele teve ótima passagem pelo Zaragoza e foi um dos artilheiros do último Campeonato Italiano, pela Genoa. Como nenhum time grande insistia em vê-lo, ficou fácil para Massimo Moratti contratá-lo. Com ele, de quebra, veio o brasileiro Thiago Motta, que pode ser muito útil ao meio de campo, assim como Hleb, recém chegado de Barcelona.

A Inter acabou perdendo Ibraimovit. Como forma de pagamento, recebeu Hleb, emprestado por um ano, Eto’o e 45 milhões de Euros, pelo menos é o que informa alguns periódicos italianos. Ibra já não queria mais jogar na Itália. O Calcio era pouco para ele. Seu objetivo é ganhar a Liga dos Campeões, e lá, na Itália, esta meta era um sonho distante. Ele tratou logo de acertar com o time do momento, o Barça. Eto’o não tinha mais clima em Barcelona, seu ciclo já havia encerrado. Somando-se a isso, a postura da diretoria era clara: “temos que vender o camaronês”. Em Milão, ele poderá mostrar ao mundo que ainda é um dos melhores atacantes da Europa. A negociação acabou sendo benéfica para os quatro lados envolvidos.

A diferença entre os clubes milaneses ainda é colossal. A vitória interista (2x0), neste final de semana, serviu bem para ilustrar isso. Tudo continua como era antes. Problema dos rubro-negros.

Foto: El Pais.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Êxodo das chuteiras

Imagem de Baku, capital do Azerbaijão. Pra lá, este ano, foram transferido dois jogadores de futebol do Brasil. A realidade do futebol nem sempre é rosa

O Brasil está a cada dia mais diversificando seus produtos de exportação e também seus parceiros comerciais. No passado, o país tropical foi monocultor da cana-de-açúcar, durante boa parte dos séculos XVI e XVII, e de café, que foi a base da economia do segundo reinado. Nos dias atuais, temos uma série de produtos que são vendidos a outros países, entre eles estão os equipamentos de transporte, minério de ferro, soja, calçados, café, automóveis, peças automotivas e recentemente, a partir da década de 1980, o jogador de futebol, que se valorizou com as conquistas da seleção brasileira, conseqüentemente, ganhou o mundo e o selo de MADE IN BRAZIL se tornou garantia de qualidade.

Segundo dados da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), desde 2003, quando começou o Campeonato Brasileiro por pontos corridos, foram negociados para fora do país 6162 jogadores. Número esse maior do que a população de muitos municípios brasileiros, por exemplo.

Essa massiva saída de atletas gera sérios problemas para o futebol nacional. A mais obvia é o enfraquecimento dos clubes brasileiros. Além disso, como os jogadores são vendidos cada vez mais jovens, eles acabam por não criar uma identificação com o seu país e muito menos com a seleção brasileira. A reposição desse jogador que saiu deve vir, na maioria das vezes, da base. Então, o garoto que chega, com, por exemplo, 17 anos, já tem na cabeça o que quer: fazer história. Mas não aqui, não no Corinthians ou no Grêmio e sim no Real Madrid e no Milan. Isto causa perda da importância das nossas agremiações. Nossas crianças sonham em ser campeãs da Liga dos Campeões e nem se lembram mais dos torneios nacionais. Como disse Luxemburgo, o clube brasileiro passou a ser uma barriga de aluguel, que gesta o jogador por nove meses, ou nem isso, depois o dá para sua mãe, o clube europeu.

Ao observar a lista das transferências internacionais deste ano, notei um fato curioso: o segundo maior destino dos nossos profissionais do futebol é o Vietnã, com 34 atletas vendidos. O principal ponto de parada é o nosso antigo colonizador, Portugal, com 54 jogadores.

Além de tudo, o jogador brasileiro é um desbravador. Ele vai para os rincões mais longínquos, para os lugares mais exóticos do planeta como a Namíbia, um país pobre da África onde 15% da população é considerado soro positivo; Azerbaijão, um dos muitos países que terminam com ão e que se localiza na divisa da Europa com a Ásia, o desafio de morar lá é aprender a falar o azeri, língua oficial do país; e a Indonésia, lugar onde a natureza é exuberante, mas que seu vizinho tem grandes chances ser um homem-bomba.

Este ano, ‘apenas’ 531 craques das chuteiras partiram das terras verde-amarela. Porém, a janela de verão (levando em conta a estação européia) ainda está aberta e devemos ver esse número saltar para a casa do milhar, mesmo com toda a crise econômica que estamos vivendo. Então, boa sorte aos nossos desbravadores.

Se você quiser saber mais sobre as transferências internacionais envolvendo jogadores brasileiros que atuam no Brasil, acesse:
http://www.cbf.com.br/php/transferencias.php.

Foto: http://www.cia.gov/

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sedentos pelo título

"É teu passado alvi-rubro motivo de festas em nossos corações"


Mais de um quarto do Campeonato Brasileiro já foi disputado, 10 jogos num total de 38. Agora, os clubes estão unicamente voltados ao torneio nacional, a exceção a essa regra é o Cruzeiro, que ainda disputará mais uma partida pela Copa Libertadores. Como a liga tupiniquim é a mais disputada do mundo, ainda não podemos fazer um prognóstico seguro com relação aos verdadeiros candidatos ao título. Isto sem falar na tão odiada – para os torcedores - janela de meio de ano, que pode dar novos rumos ao torneio (um bom exemplo disso é o Flamengo do ano passado, que perdeu três jogadores e, conseqüentemente, o campeonato).

Mas, mesmo sabendo que muita água passará por baixo da ponte, podemos apontar uma tendência das associações que brigarão pela ponta. E entre elas, é interessante notar que os dois clubes que postulam em melhor situação, Atlético e Internacional, vivem um longo jejum de conquista do campeonato nacional.

O líder Atlético Mineiro não ganha o caneco desde a sua primeira edição, em 1971. Naquela época, os campeões do gelo contavam com um dos melhores técnicos da história do futebol brasileiro: Telê Santana. Além, claro, do jogador mais folclórico do Brasil: Dadá Maravilha.

Hoje, o Atlético tem um bom time, baseado, fundamentalmente, na força do grupo. No entanto, o elenco é limitado. Algumas posições estão carentes até de titulares, por exemplo, a lateral direita, onde atua o jovem Marcos Rocha, que é reserva do improvisado meio-campista Carlos Alberto. O Galo de 2009, para muitos, será o Botafogo dos últimos nacionais, começando muito bem e perdendo sua força ao longo do torneio. Porém, existem diferenças primordiais entre esses dois clubes. A primeira é o técnico. Quando olho para o banco e vejo Celso Roth, um especialista em montar bons times com recursos escassos, acredito que a história pode, sim, ser distinta, e similar à campanha passada do tricolor gaúcho. Já a segunda é a torcida, um motor que empurra a equipe nos jogos em casa e já detém a maior média de público do campeonato. O alvinegro, a meu ver, é o maior ponto de interrogação do campeonato.

Com o time vivendo o pior momento da temporada, os colorados temem passar o ano do centenário sem um título de expressão. Este ano, o Inter completa 30 anos da última conquista do Campeonato Brasileiro. Ela foi inesquecível, pois foi a única vez que um clube foi campeão brasileiro invicto. O time era recheado de craques como Falcão, Batista, Valdomiro, Mário Sérgio, Mauro Galvão entre outros. Além de ter no comando um dos melhores técnicos das décadas 1970 e 1980: Ênio Andrade.

O time atual, assim como o de 1979, tem o melhor elenco do Brasil. O principal motivo da péssima fase vivida pelo time é a saturação do esquema adotado por Tite. O meio de campo pegador, formado por três volantes e apenas um armador, não consegue mais criar oportunidades de gol – isto devido às más atuações de D’alessandro-, e a defesa, o ponto de equilíbrio do time, agora não suporta um ataque mediano, tenha como exemplo o último jogo. O melhor jogador do clube e do Brasil, Nilmar, vive na eminência de voltar à Europa. Ele almeja tanto o velho continente como os colorados o título brasileiro. Muricy Ramalho atormenta o sono do atual técnico do Internacional, que poderá acordar a qualquer momento desempregado. E isso não é uma brincadeirinha, os títulos perdidos, da Copa do Brasil e da Recopa, só fizeram aumentar a pressão sobre o comandante colorado. Entretanto, com todos esses problemas, o Internacional ainda é o principal candidato ao título.

Foto: Globoesporte.com

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Superação

Ontem, em La Plata, foi canonizado mais um goleiro: São Fábio

No dia 29 de Abril de 2007, um fato inusitado marcou o clássico entre Cruzeiro e Atlético, no Mineirão: Fábio levou um gol de costas. Wanderlei, atacante do Atlético na época, aproveitou a bobeada do goleiro cruzeirense que voltava para o gol sem se perceber que o jogo já havia recomeçado, o atacante atleticano, aproveitando o gol vazio, só empurrou a bola para o fundo das redes. Este lance marcou a carreira do arqueiro. Depois disso, alguns comentaristas e torcedores – principalmente os cruzeirenses - começaram a enxergar o número 1 celeste com maus olhos, sem dá-lo o devido respeito.

Como diz o provérbio: depois da tempestade vem a bonança. A fase ruim de Fábio terminou ai. Nesse jogo, ele ainda se machucou, ficou um tempo fora e sua volta deu início a um período de ouro. Nele, o goleiro além de se transformar em um dos maiores símbolos do futebol eficiente do time mineiro, se tornou o capitão da equipe, o posto de maior confiança do treinador e também da equipe como um todo.

Para quem não acompanha os jogos do Cruzeiro, acha que a partida feita pelo cruzeirense foi um momento isolado de inspiração, um jogo atípico. Mas não é. Fábio está vivendo, nos últimos dois anos, o ápice da sua carreira. A melhora da zaga cruzeirense e do sistema defensivo se dá e muito por causa da segurança passada por ele.

O jogo de ontem coroou um ciclo de muita batalha e superação. Com uma atuação impecável, digna de goleiros excepcionais como Raúl Plassmann e Dida (os dois goleiros campeões da Copa Libertadores da América pelo Cruzeiro, 1976 e 1997, respectivamente), Fábio foi o principal destaque da primeira partida da final da Copa Libertadores, com, pelo menos, três defesas improváveis, ou, como gosta o torcedor, três milagres.

Tenho muito respeito ao Doni, Gomes e ao Victor, mas nenhum deles, pra mim, é melhor ou vive melhor momento que o goleiro do Cruzeiro. E isso não é oportunismo da minha parte, pois quem me conhece sabe que eu sempre fui um admirador do futebol do Fábio. Agora, espero que com estas exibições, Dunga dê mais valor ao arqueiro celeste.

Foto: Reuters

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Cruzeiro está pronto para conquistar a América

O outrora preterido Wellington Paulista agora é o artilheiro e herói do Cruzeiro na Libertadores

Nem a tradição do São Paulo tri campeão da Copa Libertadores, nem a imortalidade do tricolor gaúcho foram páreos para a eficiência tática e técnica do Cruzeiro. Adilson Batista, o técnico mais contestado do mundo, conseguiu armar um time consistente na marcação e eficaz no ataque, que aproveita bem as chances criadas e consegue anular, com muita competência, as principais jogadas dos adversários. Este bom desempenho pode ser ainda mais celebrado se levarmos em conta as baixas do clube celeste, que para este último jogo contra o Grêmio não contava com dez atletas.

O jogo de ontem foi muito corrido e com forte marcação. Os times, embora com muita disposição, não conseguiram produzir muitas oportunidades de gol. O Grêmio, pragmático como sempre, optou pelas bolas aéreas, mesmo erro cometido pelo outro tricolor, o do Morumbi. O setor defensivo do Cruzeiro está bem preparado para esse tipo de jogada, até mesmo porque tem um miolo de zaga muito alto, formado por Leonardo Silva, com quase dois metros de altura, e Thiago Heleno, também muito alto.

O Cruzeiro, com uma eficiência cirúrgica, logo em seu primeiro chute a gol, abriu o placar. Numa bela jogada de Kléber – que no meu ponto de vista, é o melhor jogador da Copa Santander Libertadores – pela ponta direita, passando facilmente por dois marcadores, o atacante deu um belo passe para Wellington Paulista, que, na cara do gol, não desperdiçou. O Grêmio ficou atordoado depois do primeiro gol e poucos minutos depois, Wellington fez mais um, sacramentando a classificação celeste ainda no primeiro tempo.

No segundo tempo, o time do Cruzeiro, com a classificação já assegurada, relaxou e acabou sofrendo dois gols. O segundo deles foi o mais bonito da partida: uma pancada de Souza de fora da área, sem chances para o goleiro Fábio.

É bom salientar que ainda nada está ganho. O Cruzeiro tem pela frente o forte Estudiantes, legítimo tri campeão da Libertadores: 1968, 1969 e 1970. Na fase de grupos os dois clubes se enfrentaram por duas vezes. A partida do Mineirão foi vencida pelo Cruzeiro, 3 x 0, e a de La Plata, pelo Estudiantes, 4 x 0. Embora o confronto seja parelho, acredito em um leve favoritismo para o time de Adilson Batista, que tem um conjunto mais forte e jogadores de rara habilidade, que com um lance podem definir o confronto, neste caso, principalmente, Kléber e Ramires.

Foto: Superesportes

domingo, 28 de junho de 2009

Reflexões sobre a saída de Luxemburgo do Palmeiras

Tostão, em sua coluna do último domingo (21), atentou para a supervalorização dos técnicos no Brasil. E, com certeza, o mais valorizado nessa classe, aqui, é - ou era - Vanderlei Luxemburgo. Informações de bastidores revelam que o seu salário no Palmeiras era algo em torno de R$ 700 mil por mês. Convenhamos, é muito dinheiro para um técnico que não alcança os propósitos planejados.

O maior erro de Luxemburgo - e também da diretoria palmeirense - foi o desmantelamento da equipe de 2008. O elenco foi totalmente reformulado. Os pilares da temporada passada saíram, entre eles estavam Kléber, que, graças a sua dedicação incondicional, acabou virando ídolo; e Alex Mineiro, mesmo oscilando bons e maus momentos, era ele quem colocava a bola para o fundo das redes. Sendo assim, o trabalho realizado no ano passado foi jogado ralo a baixo, por decisão do próprio técnico.

Já que muitos saíram, o mínimo que se esperava era uma reposição no mesmo nível, o que, em determinados setores, não aconteceu. A lateral direita está sem dono e o ataque ganhou um reforço, se é que podemos chamá-lo assim, no mínimo inesperado: Obina. Repetindo o mesmo erro do ano passado, ao contratar o decadente Rock Júnior. Demonstrando que como um maneger, Vanderlei é um bom treinador.

Narcisista como ele só, Luxemburgo além de se achar o melhor técnico do Brasil - pelo menos é o que ele deixa transparecer -, não aceita críticas a seu trabalho. Neste ponto, ele ganhou um rival severo: o torcedor. Uma grande parte da torcida palmeirense, a cada dia que passava, se irritava mais com o treinador, devido às exibições irregulares da equipe.

Belluzzo, mostrando o ótimo economista que é, tratou logo de fazer as contas: um técnico caríssimo somado à eliminação precoce na Copa Libertadores e no Paulista, ao mau rendimento da equipe e ao não alcance dos objetivos traçados para o primeiro semestre. O resultado desse cálculo, todo mundo já sabe.

Com a justificativa de quebra da hierarquia, a diretoria palmeirense demitiu Vanderlei Luxemburgo. Não que não houve uma quebra, mas que isto, no meu modo de ver, não é um argumento plausível para a sua demissão. Na verdade, Luxemburgo demonstrou que não tinha condições de levar este elenco, montado por ele, mais adiante. Ou seja, ele fez, até agora, o que dava para fazer, e as expectativas para o Campeonato Brasileiro não é a das melhores, por isto é melhor trocar o comandante do time para ver se o caminho do título volte à direção do clube palestrino.

Foto: Estado de S. Paulo.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Considerações sobre a seleção brasileira

A história poderá ser a mesma de 2005: a seleção ganha a Copa das Confederações, batendo grandes rivais - a Argentina e Alemanha de ontem, deverão ser a Itália e Espanha de hoje –, e os defeitos acabam sendo encobertos pelo título.

A vitória brasileira sobre a Itália era mais do que previsível. Com um elenco envelhecido, sem nenhum grande craque e com dois postes no ataque (Luca Toni e Iaquinta), a Azzurra demonstrou, ainda na primeira fase da competição, uma fragilidade assustadora. A zaga, embora seja o setor mais eficiente da equipe, não conta com a mesma segurança da Copa de 2006; o meio de campo não consegue criar jogadas ofensivas e o ataque, por sua vez, é formado por jogadores de pouca habilidade e que não têm participação ativa nos jogos. Com a decadência da equipe italiana, os torcedores mais antigos lembram de outro vexame, o da Copa de 1966 - e a Coréia do Norte, a protagonista dessa vergonha, já carimbou seu passaporte para a África do Sul.

Claro que o Brasil teve seus méritos. Ninguém massacra a tetra campeã mundial sem ter destaques. Luiz Fabiano está provando que é mesmo o novo camisa 9. Júlio César é unanimidade. Felipe Mello assumiu, com muita personalidade, a vaga de volante. E Dunga que, mesmo com escolhas muito duvidosas, institucionalizou o profissionalismo na seleção. Agora, para vestir a amarelinha, o currículo não tem peso tão grande quanto tinha com o técnico anterior.

Mas os erros ainda estão evidentes. Gilberto Silva está em franca decadência, saiu de um dos principais clubes do mundo, o Arsenal, e foi parar na Grécia. Sua lentidão é de impressionar, e ela prejudica o poder de marcação e a consistência do meio de campo. A lateral esquerda continua sem dono. Kléber e André Santos não convencem. Fábio Aurélio, lateral incontestável num dos maiores clubes do mundo, o Liverpool, só será convocado se Dunga mudar seus conceitos. Atuando com três volantes, apesar de Ramires jogar mais avançado, a criatividade da equipe fica concentrada nos pés de Kaká. Se lembrarmos as partidas das Eliminatórias da Copa contra Colômbia e Bolívia, times que atuaram fechados, o problema da criação de jogadas ficou evidente. Caso aconteça uma lesão com o meio campista madrileno, quem irá substituí-lo? No grupo de hoje, não encontramos nenhum jogador com características similares.

A Espanha será o grande teste para o Brasil. Uma possível vitória poderá, mais uma vez, esconder os pontos falhos da equipe e, acima de tudo, coroar o esquema com três volantes. A derrota, contraditoriamente, seria mais vantajosa. Ao não conquistar o caneco, o técnico provavelmente revisará seus conceitos para a Copa do Mundo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Quarta de grandes decisões

A melhor equipe catalã de todos os tempos
Copa dos Campeões: O Barcelona colocou o Manchester na roda, literalmente. A partir do primeiro gol de Samuel Eto’o, os Red Devils se renderam a categoria dos espanhóis. O poder de marcação tão famoso da equipe inglesa não foi párea para genialidade de Xavi, Iniesta, Messi e Cia. Vidic, considerados por muitos o melhor zagueiro do mundo, não conseguiu marcar com eficiência como o fez no restante da temporada. O meio de campo de Ferguson, conhecido por dar dinâmica ao jogo, não alimentou o ataque e nem soube marcar os catalões. No entanto, esta derrota não teve culpados, mas sim heróis. Heróis do futebol arte!

Libertadores: O primeiro jogo do clássico brasileiro das quartas de final mostrou o equilíbrio esperado. Um 2 a 1 sem brilhantismo. Ramires, a grande esperança celeste, foi muito bem marcado; Kleber ficou mais tempo deitado do que de pé; Hernanes e Jean estavam preocupados somente em marcar e Dagoberto continua em má fase. Em suma, o resultado foi considerado bom para ambos os clubes. O Cruzeiro leva a vaga se empatar no Morumbi e o Tricolor se classifica com uma vitória simples.

O Grêmio conseguiu um bom resultado ao empatar fora de casa contra o Caracas. O Tricolor Imortal, na verdade, só está esperando o ganhador de Cruzeiro x São Paulo para saber quem ele enfrentará na semifinal.

Copa do Brasil: O Coritiba, surpreendentemente, começou o jogo marcando e saindo bem para o ataque. Marcos Aurélio abriu o placar para o Coxa Branca. O Inter empatou ainda no primeiro tempo. Na etapa final, o Inter conseguiu marcar mais dois graças a uma noite inspirada de Taison e a ajudinha da defesa paranaense que não repetiu a boa marcação do primeiro tempo, o Internacional colocou um pé na final da CB. E olha que o Saci só tem um pé!

Com o Maracanã cheio, mais de 70 mil alvinegros, Vasco e Corinthians fizeram uma grande exibição: com várias situações de gol e grandes defesas dos goleiros. O empate foi um resultado justo, pois os dois clubes procuraram o gol o tempo todo e o equilíbrio foi preponderante. A decisão ficou para o Pacaembu, e por jogar em casa, o Corinthians é levemente favorito.

Foto: ESPN

sábado, 16 de maio de 2009

Sábado de Campeões

Sem nenhuma surpresa, Manchester United, Barcelona e a Inter de Milão confirmaram o favoritismo e conquistaram hoje seus respectivos campeonatos nacionais.

O Manchester United se tornou o único clube duas vezes tricampeão inglês (1998/99,1999/00,2000/01 e 2006/07,2007/08,2008/09)

Os Diabos Vermelhos consagraram-se campeões após o empate, em Old Trafford, com o Arsenal por 0 a 0. Foi, como gosta o inglês, na conta do chá. Sem um futebol brilhante, porém, eficiente, o Manchester jogou com o regulamento debaixo dos braços: já que o empate bastava, a equipe não se expôs, e levou a partida em Banho-maria. O Arsenal nada pôde fazer, além de arrancar este empate, já que ficou provado, depois da eliminação da Liga dos Campeões, que o time de Alex Ferguson está alguns degraus à frente do clube londrino. Com esta conquista, o Manchester conseguiu igualar o número de títulos ingleses do Liverpool, são 18 conquistas nacionais. Entretanto, ainda não é hora de comemorar. Dia 27, o clube inglês duelará com o Barcelona, em Roma, pelo posto do melhor time do mundo.
Obs.: Pasmem! Sir Alex Ferguson foi vaiado após substituir Tévez ao decorrer da partida. A torcida ficou impaciente com a saída do argentino não só da partida, mas, principalmente, do clube. Fato este, ainda não concretizado.

A charge do jornal catalão Sport faz uma brincadeira com a torcida do Barcelona que, pelos títulos consecutivos, pode se instalar na praça porque outra comemoração ainda poderá vir.

Sentados em confortáveis poltronas de coro (hipoteticamente), os jogadores do Barcelona ganharam a Espanha. Depois da derrota do rival Real Madrid por 3 a 2 para o Villarreal, os catalães ficaram inalcançáveis na tabela de classificação e, na concentração, comemoraram o feito. Além do 19° título nacional, o Barça foi campeão quarta-feira da Copa do Rei, goleando o Athletic Bilbao por 4 a 1 no Estádio Mestalla, em Valencia. Este mês pode se tornar o mais glorioso da história do clube azul-grená se no dia 27, final da LC, o ‘Pep Team’ - como está sendo chamado o Barcelona pelos jornais esportivos, em homenagem ao técnico Pep Guardiola - vencer o Manchester e conquistar a tríplice coroa, feito ainda inédito na história. Messi, Xavi, Eto’o, Henry e Cia. podem ficar para a posteridade por fazerem parte da melhor equipe do Barcelona de todos os tempos, desbancando os times dos craques Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Romário e Maradona.


As ruas de Milão foram tomadas por milhares de interistas que comemoram mais um scudetto; jogadores também participaram da festa.

Assim como os jogadores do Barcelona, a equipe da Inter conquistou o tetracampeonato italiano sem entrar em campo. Após mais uma partida ridícula do Milan, que perdeu por 2 a 1 para a fraca Udinese, a equipe de José Mourinho não pode ser mais alcançada na tabela de classificação. Os nerazuri alcançaram seu 17° scudetto, se igualando ao rival local. Amanhã, a Inter comemorará o título ao lado da sua torcida, no Giuseppe Meazza, enfrentando o Siena.
O clube milanês já mostrou sua soberania na Bota ao ganhar o tetra. Falta a Inter demonstrar sua força a toda Europa e obter um título continental. Para isto, é preciso um time mais qualificado. Contratação é a palavra de ordem em Milão (válida também para o clube rubro-negro)


Imagens: globoesporte.com, sport.es e gazzeta.it (respectivamente).

terça-feira, 5 de maio de 2009

Cristiano cala os críticos mais uma vez

Cristiano Ronaldo decide o clássico inglês na Liga dos Campeões e mostra, novamente, seu belo futebol que o levou a conquistar o título do melhor jogador do mundo no ano passado.



Muitos críticos de futebol e, principalmente, os torcedores brasileiros insistem em criticar Cristiano Ronaldo. Porém, nenhum deles analisa realmente o futebol que ele apresenta. Alguns o acham ruim só porque ele parece ser “marrento”, exibido, “presepeiro”, por amarelar nas finais (segundo eles) e uma série de outros argumentos idiotas, que nem devemos levar em consideração. Mais uma vez, Cristiano provou que é realmente um craque. No jogo de hoje, contra o Arsenal, pela semifinal da Champions League, o português tevê uma atuação esplendorosa, digna do melhor jogador do mundo.

Mesmo fazendo uma função distinta da qual ele está acostumado a jogar (hoje, Cristiano jogou mais como referência no ataque devida à saída de Tevez do time; a aproximação foi feita por Rooney e Park), Ronaldo foi a principal figura do duelo inglês.

Nos três gols de hoje, o gajo participou decisivamente de todos. No primeiro gol, ele cruzou para a área e Park abril o placar (isto só foi possível, devido a uma falha vexatória do jovem lateral Gibbs). No segundo gol, Ronaldo bateu uma falta bem ao seu estilo: força e efeito, com uma ajudinha do goleiro Almunia a bola entrou. No terceiro, aliás, o mais bonito dos gols do confronto, uma triangulação começa no meio de campo entre Cristiano, Rooney e Park, a jogada termina com o segundo gol do português no jogo.

Será decidido amanhã, o time que enfrentará o Manchester United na final da Liga dos Campeões em Roma. Fica aqui minha torcida para a vitória do Barcelona. Até porque, eu quero ver um futebol bonito, vistoso e a genialidade do Messi, claro. E quem não quer apreciar o duelo entre C. Ronaldo e Messi? Ainda mais decidindo a Champions.

Foto: eufa.com

terça-feira, 21 de abril de 2009

Um grande jogo e o fim de um sonho

Ao marcar 4 gols no jogo de hoje, Arshavin acabou com o sonho do título inglês do Liverpool

Sensacional. Impressionante. Comovente. Não consigo encontrar palavras para descrever o jogo que vi hoje, entre Liverpool e Arsenal, válido pela 33° rodada da Premier League. Com certeza, foi a partida mais Eletrizante que assisti, pelo menos neste ano.

Jogando em casa, com o Anfield cheio como sempre, e com o time titular -ausência, apenas, por contusão, do meio campista Gerrard-, o Liverpool entrou em campo como favorito, até porque o Arsenal jogou com um time misto, preservando alguns jogadores para as semifinais da Champions.

A partida foi muito movimentada, com chances de ambos os lados. Uns dos fatos relevantes da partida foram as bobeadas das defesas em todos os gols. Mascherano falhou no primeiro gol do Arsenal; Sagna no primeiro do Liverpool; Clichy no gol da virada; Arbeloa no do empate londrino; Fabio Aurélio errou no gol da nova virada; com muito espaço, Torres empatou; sozinho, num contra-ataque, Arshavin fez o quarto; no último gol da partida, Benayon marcou após a defesa dos Gunners afastar mal. 8 "falhas" defensivas, nos 8 gols do jogo.

Além das falhas das defesas, o jogo ficou marcado pela excepcional atuação de Andrei Arshavin, que marcou os quatro gols do time londrino, coroando a melhor partida dele pelo Arsenal. O segundo gol do russo foi o mais bonito do jogo, um belo chute de fora da área, sem chances para Reina.

Fernando Torres e Benayoun também jogaram muito bem, foram os destaques do time de Liverpool, cada um deles marcou dois gols no jogo. O israelense além de atacar muito bem, ajudou na marcação do lado direito da defesa dos Reds, um símbolo de garra e vontade.

O empate de hoje simbolizou o fim de um sonho (que poderá ser ressuscitado amanhã, dependendo do resultado do jogo entre Manchester e Portsmouth) que perdura mais de 19 anos, a conquista do título inglês.

Foto: globoesporte.com

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Resumo dos Estaduais

No ano do seu centenário, o Internacional já conquistou seu primeiro título, o Gauchão 2009. Este é o 39° estadual conquistado pelo Colorado.
Desde de janeiro, os campeonatos mais tradicionais (e chatos) do país, os estaduais, estão em disputa. Agora, em Abril, eles entraram em uma fase decisiva, alguns até já terminaram como o gaúcho e o pernambucano, por exemplo. Confira abaixo, o resumo dos torneios regionais.

Campeonato Gaúcho: Ontem, no Domingo, o Internacional sagrou-se campeão invicto (18 vitórias e 3 empates). Para ratificar o título e a excepcional campanha, na final do segundo turno, o Colorado massacrou o Caxias por humilhantes 8 a 1. Conquistando, assim, a taça Fábio Koff (esse é o único jeito do antigo presidente gremista ir parar no Beira Rio). Como o Inter já havia vencido o primeiro turno, não precisará de uma final.
Muitos entusiastas estão comparando a equipe de hoje com o campeão da Libertadores de 2006. Puro exagero. O Colorado está muito bem este ano graças ao setor ofensivo, que pode ser considerado o melhor do Brasil com Taison, D’alessandro e Nilmar. Entretanto, a defesa é frágil. Veremos agora na Copa do Brasil, um bom teste para os campeões do Rio Grande.

Campeonato Pernambucano: O Sport conquistou ontem o tetra Campeonato Pernambucano, assim como o Inter, invicto (19 vitórias e 3 empates) e vitorioso nos dois turnos. O Leão da Ilha mantém uma hegemonia em Pernambuco, ganhando 13 dos últimos 20 campeonatos. Nesse domingo, o rubro-negro só precisava do empate contra o principal rival, o Náutico, nos Aflitos. E conseguiu. Um empate por 0 a 0 deu o título ao time de Nelsinho Baptista. O foco agora é vencer o Colo-Colo na “Lambonilha” e se classificar para as oitavas da Libertadores.

Campeonato Mineiro: O campeonato já tem seus finalistas definidos e sem nenhuma surpresa. Cruzeiro e Atlético duelarão pelo título. O Galo conseguiu, este ano, montar uma equipe competitiva com a chegada do, hoje, artilheiro do ano Diego Tardelli, do bom meio campista Carlos Alberto e do tetracampeão do mundo Júnior, que formam a base do time. O Cruzeiro jogará o clássico decisivo como favorito, por não ter perdido nos 10 últimos clássicos e por ter uma equipe mais qualificada.

Campeonato Carioca: Mais uma vez, o Campeonato Fluminense (deveria ter esse nome porque abrange todo estado) terá na final Botafogo contra Flamengo. Ontem, o rubro-negro conquistou a taça Rio, ou o segundo turno, por 1 a 0, contra o próprio alvinegro. Já o primeiro turno, a taça Guanabara, foi vencida pelo Fogão.
Fazendo uma análise entre os dois times, observo o Botafogo melhor no ataque e o Flamengo melhor no meio e na defesa. O time do Cuca está mais arrumado, até porque a base do ano passado foi mantida. Porém, não vejo favoritismo nesse confronto.

Campeonato Paulista: Para surpresa de muitos, o Santos e o Corinthians conseguiram desbancar os favoritos Palmeiras e São Paulo. Duas vitórias em dois jogos, mérito total dos clubes alvinegros. Será o confronto do ataque contra a defesa. O peixe tem o setor ofensivo rápido e envolvente, que o diga a defesa do Palmeiras, formado pela conjunção da experiência, representada por Kléber Pereira, com a juventude, de Neimar. Já o Timão, pelo contrário, tem sua arma principal no setor defensivo: com um goleiro seguro, Felipe mais uma vez teve uma ótima atuação contra o São Paulo, e dois volantes, Cristian e Elias, voluntariosos, que jogam marcando e apoiando, são o diferencial do time.
Como adiantou Mano Menezes em primeira mão no seu Twitter (twitter.com/manomenezes), as finais do campeonato foram confirmada para a Vila e o Pacaembu, respectivamente.

Foto: Site do Internacional

sábado, 18 de abril de 2009

Com vocês, os Playoffs

Provavelmente, LeBron e Kobe duelarão na grande final da NBA


Depois de disputados 1230 jogos de Novembro até meados de Abril, chegou a hora das grandes finais da NBA, os playoffs.

Os duelos da primeira rodada do lado Oeste serão: Los Angeles Lakers (1°) x Utah Jazz (8°); Denver Nuggets (2°) x New Orleans Hornets (7°); San Antonio Spurs (3°) x Dallas Mavericks (6°) e Portland Trail Blazers (4°) x Houston Rockets (5°).

Mesmo a Conferencia Oeste sendo considerada a mais equilibrada, de longe o favoritismo fica por conta dos Lakers. O atual vice-campeão da NBA terminou a fase classificatória com 11 vitórias a mais que o segundo colocado, os Nuggets. Além das vitórias, o time de Los Angeles tem a maior média de pontos por jogo da liga, com mais de 106 pontos, e o cestinha do lado Oeste, Koby Bryant, com 26 pontos por partida. Com um grupo coeso e forte, LA Lakers tem o melhor material humano de um time de basquete, contando com, por exemplo, Paul Gasol, Koby e Derek Fisher.

Denver e San Antonio correm por fora. A equipe do Colorado conta com Carmelo Anthony e Chauncey Billups em bom momento. Nem de perto esse time pode ser comparado ao time do ano passado, que perdeu os quatro jogos nos playoffs para os Lakers. Já o terceiro colocado, o time do Texas, está enfraquecido, principalmente após a contusão do argentino Manu Ginobili. Porém, um time que tem em seu elenco atletas da grandeza e da envergadura de Tim Duncan e Tony Parker não pode ser desprezado.

O lado Leste tem em sua primeira rodada de confrontos dos playoffs: Cleveland Cavaliers (1°) x Detroit Pistons (8°); Boston Celtics (2°) x Chicago Bulls (7°); Orlando Magic (3°) x Philadelphia 76ers (6°) e Atlanta Hawks (4°) x Miami Heat (5°).

Com uma campanha quase inimaginável, se é que posso dizer assim, o Cleveland se transformou em um time quase invencível jogando em casa - os Cavs perderam apenas duas vezes na Quicken Loans Arena. A estrela maior do basquete (e do esporte americano, em geral), LeBron vive uma temporada mágica: cestinha e, em breve, será eleito o MVP da competição. A equipe ainda conta com o habilidoso Mo Williams e o voluntarioso Anderson Varejão. A grande vantagem do Cavaliers se dá, fundamentalmente, por ter o "privilégio" de sempre fazer o jogo desempate em casa, inclusive na final, por ter feito a melhor campanha.

O favoritismo do Cleveland cresceu ainda mais após a contusão de Garnett, do Boston. Essa notícia pode prejudicar também o psicológico dos jogadores de Massachusetts, pois Garnett é um dos pilares da equipe ao lado de Paul Pierce e Ray Allen . Os Magics, movidos a Dwight Howard, podem surpreender, mas não sei se positivamente ou negativamente.

Algo fora dessas 6 equipes, será muito difícil, além de tudo por se tratar da NBA, onde as surpresas, ultimamente, não são bem vindas.

Foto: sports.espn.go.com

domingo, 12 de abril de 2009

Pouca técnica e muito empenho

Cristian comemora seu belo gol.

Assim como o outro jogo das semifinais (Santos vs Palmeiras), Corinthians e São Paulo também fizeram uma grande patida. Marcado muito mais pela transpiração do que pela inspiração, o duelo de hoje ficou a desejar pela falta de técnica. Porém, a vontade de ambas as equipes deixaram o confronto emocionante.

Com uma formação ousada, coisa rara de se ver nas escalações de Mano Menezes, o Corinthians começou a partida com uma disposição tática bem ofensiva: com 3 atacantes (Ronaldo, Dentinho e Jorge Henrique) e apenas 2 volantes (Cristian e Elias). Dessa forma, o Timão abriu Dentinho pela esquerda e Jorge Henrique pela direita para evitar as descidas dos dois alas do São Paulo (Arouca e Junior Cesar) e deixou Ronaldo flutuar pelo campo, abrindo espaços para a chegada de traz do meio campista Douglas e dos volantes.

O Tricolor do Morumbi voltou a jogar com 3 zagueiros e liberou Hernanes para encostar nos dois atacantes. Entretanto, em momentos esporádicos, o São Paulo conseguiu encaixar boas jogadas ofensivas, pois Hernanes ficou sobrecarregado e muito bem marcado. As principais tramas de ataque foram criadas nas falhas individuais dos defensores corintianos e nas jogadas aéreas.

Aos 20 minutos, Miranda fez, de cabeça, o primeiro gol do jogo, após o cruzamento de Jorge Wagner, na principal jogada tricolor. Pouco tempo depois, aos 28, Elias, o melhor jogador do Corinthians no jogo de hoje, em uma bela jogada individual empatou o duelo. E aos 45, Elias conseguiu tirar uma bola em cima da linha, na cabeceada de Miranda.

O primeiro tempo foi muito disputado, alguns jogadores estavam, até certo ponto, exaltados como André Dias, que bateu o jogo todo até ser expulso no segundo tempo, e o Fenômeno que deu uma solada no André Dias e mereceria ter sido expulso, mas ele só levou o amarelo.

No segundo tempo, o Corinthians conseguiu fazer boas jogadas pelos flancos do campo, principalmente, com Dentinho. Douglas, que é, em tese, o organizador de jogadas, atuou abaixo da crítica. O São Paulo assustou em alguns contra ataque, mas o empate já estava de bom tamanho para o tricolor.

Aos 47 minutos do segundo tempo, enquanto todos achavam que o jogo ficaria no 1 a 1, inclusive eu, Cristian, em sua jogada característica, o Cruzeiro que o diga, acertou um petardo de fora da área e virou a partida. Agora, a vantagem para o último jogo é corintiana.


Eu não sou músico, mas vou dar nota:
Corinthians:
Felipe (8) Seguro. Fechou o gol.
Alessandro (4) Deu uma furada e quase pôs tudo a perder.
Chicão (4,5) Mal na jogada aérea.
Willian (5) Não comprometeu.
André Santos (6) Ajudou na armação das jogadas.
Cristian (8) Fez o gol da vitória e marcou bem.
Elias (8,5) Marcou bem, fez um gol e evitou outro em cima da linha./ Souza (s/n) Jogou pouco tempo.
Douglas (4) Não cumpriu sua função de armar as jogadas.
Jorge Henrique (6,5) Se movimentou bem e marcou as subidas do Junior Cesar.
Dentinho (7) Correu muito e armou várias jogadas pela esquerda.
Ronaldo (6) Flutuou, abrindo espaço para quem vinha de traz. Porém, desperdiçou suas principais chances de gol.

São Paulo:
Rogério Ceni (5) Fez grandes defesas, mas falhou em várias jogadas.
André Dias (3) Só bateu.
Rodrigo (5) Evitou alguns lances de perigo de gol.
Miranda (6) Fez o gol do São Paulo.
Arouca (s/n) Jogou pouco tempo/ Joílson (3,5) Mal como sempre/ Renato Silva (s/n) Jogou pouco tempo.
Jean (4) Sumiu no jogo.
Hernanes (4,5) Tentou armar as jogadas de ataque, porém, sem sucesso.
Jorge Wagner (4) Perdeu a bola para o Cristian, que virou o jogo.
Junior Cesar (4) Não apoiou e marcou mal.
Borges (4) Perdeu a principal chance de gol do São Paulo.
Washington (4) Pouco produtivo/ Dagoberto (s/n) Mal pegou na bola.


Foto: Globoesporte.com

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Como um bom vinho

Verón é como um bom vinho, quanto mais velho melhor.
Na noite de ontem nada deu certo para o Cruzeiro. No caminho entre Bueno Aires, onde o Cruzeiro estava hospedado, e La Plata, a cidade do jogo, que se localiza a 60 quilômetros da capital, o clube celeste se atrasou devido a uma manifestação popular que estava acontecendo na via de acesso entre as duas metrópoles. Por causa dessa demora, a partida foi atrasada em 40 minutos.

Pior do que o atraso para chegar ao estádio Ciudad de La Plata, foi à apatia com que o Cruzeiro entrou no jogo. Com um miolo de zaga lento e insistindo em jogar em linha, o clube mineiro sofreu o primeiro gol logo no começo do jogo. Aos 5 minutos, com uma tabela, o Estudiantes conseguiu passar facilmente pela defesa azul e Veron só empurrou para as redes.

Com uma saída de bola deficiente e sem criar chances de gol, o meio de campo, considerados por muitos cronistas esportivos o melhor setor do time, se mostrou débil durante toda a partida. Ramires, o principal jogador celeste no ano, jogou mais a frente como um terceiro atacante e não rendeu o esperado, até porque ele não é um atacante. Ele é diferenciado quando atua como o elemento surpresa, chegando de trás. Sem um jogador para a armação de jogadas, devido à ausência de Wagner, o Cruzeiro teve poucas chances de gol.

Aos 32 minutos, em uma das muitas bobeadas do meio de campo, Marquinhos Paraná saiu jogando errado na entrada da área e Verón, sempre ele, aproveitou a falha do volante e tocou para Fernández ampliar.

Já no segundo tempo, a equipe celeste voltou um pouco melhor com a entrada do jovem Bernardo. O Cruzeiro até conseguiu marcar um gol, porém, ele foi anulado, impedimento de Thiago Heleno.

O terceiro gol do Estudiantes caracteriza bem como foi a partida. La Brujita, como Verón é chamado carinhosamente pela torcida alvirrubra e que participou ativamente dos 4 gols, enfiou uma bola para Prette que, sozinho, entrou livre na área e chutou na saída de Fábio. O setor defensivo cruzeirense estava em pane, não marcava ninguém, mesmo jogando com três volantes de marcação.

Para fechar o caixão, aos 32 minutos do segundo tempo, Prette recebeu a bola na área balançou o corpo, deixando a marcação de Leonardo Silva na saudade, e fez mais um.

O antes invencível Cruzeiro tomou um banho dos argentinos, penúltimos no Clausura. Mesmo depois da derrota por 4 a 0, o Cruzeiro ainda é líder isolado do grupo com 10 pontos, um a mais que o adversário de ontem.
Foto: Site Superesportes

domingo, 5 de abril de 2009

Déjà vu

Adriano tem uma carreira marcada por gols e problemas.
Logo após o jogo do Brasil contra o Peru, quarta-feira, 01, em Porto Alegre, Adriano retirou-se rapidamente do Beira Rio alegando que pegaria um vôo direto para Milão. Quatro dias após o ocorrido, todo mundo quer saber: onde está Adriano? O jogador não se apresentou a Inter e nem ao menos avisou à diretoria onde está. Dunga e Mourinho já afirmaram que estão preocupados com seu sumiço. Seu representante, Gilmar Rinaldi, disse que ele está resolvendo problemas particulares, mas não sabe explicar do que se trata.

Depois de mostrar um belo futebol no clube de Milão, em 2003, o atacante conseguiu sua chance na Seleção. Na Copa América de 2004, Parreira levou o selecionado B brasileiro para disputar o torneio. Adriano foi bem na competição, terminou artilheiro com 7 gols e marcou o gol de empate na final contra a Argentina, aos 47 minutos do segundo tempo - forçando a final para os pênaltis, na qual o Brasil sairia Campeão.

A excelente atuação na Copa América transformou Adriano em um dos membros do quadrado mágico - Ronaldinho, Kaká, Robinho e Adriano -, que na época era considerado o melhor ataque do mundo. No ano seguinte, o Brasil foi a Alemanha disputar a Copa das Confederações, só que desta vez com o scratch titular. Mais uma vez, a equipe Canarinho encontra com a Argentina na final e novamente o Imperador mostra seu futebol eficiente, marcando dois belos gols na final. Final essa que o Brasil ganhou por 4 a 0.

Com um futebol que encantou o mundo, a equipe verde-amarela se tornou a grande favorita para a Copa de 2006. Contudo, com uma preparação vergonhosa na Suíça, o quadrado mágico e toda a Seleção são desmantelados e o sonho do hexa é interrompido pela genialidade de Zidane e Cia.

Depois da Copa, Adriano colecionou confusões. Com uma vida particular conturbada e sem dar o devido valor a sua carreira, o atacante passa a ser reserva da Inter. No começo do ano passado, ele teve uma rápida passagem pelo tricolor do Morumbi. Bateu o carro, arrumou problemas, fez alguns gols e no meio do ano, voltou ao clube nerazzurro. Na Itália, obteve algumas chances no time titular, mas não soube aproveitá-las.

Adriano, que tinha tudo para se tornar um dos melhores jogadores do mundo, acaba sendo vencido pela vida boêmia, e o futebol, que deveria ser a prioridade, passa a ser preterido na sua vida. Desta forma, sua presença na próxima Copa, agora, está ameaçada pela falta de profissionalismo e em vista, também, do bom momento vivido pelos atacantes brasileiros (principalmente, Grafite e Nilmar).
Foto: O Globo

sábado, 28 de março de 2009

A África do Sul está cada vez mais longe

Hoje, Portugal e Suécia empataram por 0 a 0 e ficaram ainda mais longe da Copa do Mundo.


Neste final de semana, estão sendo realizadas, em todos os continentes, partidas válidas pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, que será disputada na África do Sul.

As eliminatórias ainda estão no começo, na maioria dos continentes, mas várias nações importantes do futebol europeu correm o risco de ver a Copa somente pela Tv.

Portugal, apesar de nunca ter sido Campeão das principais copas, nos últimos anos conseguiu bons resultados em grandes torneios. Na Euro 2004, a Seleção das Quinas foi vice-campeão e em 2006, na última CM, foi o quarto colocado. Sem um time brilhante e dependente de Cristiano Ronaldo, que neste ano não vive um ano mágico como foi ano passado, Portugal vê sua classificação ameaçada. No grupo 1 das eliminatórias européias (na Europa, apenas uma seleção de cada grupo se classifica para a Copa, os vices disputam a repescagem), a seleção lusitana ocupa a terceira posição, com 6 pontos em 5 jogos e com um jogo a mais que a líder Dinamarca, que já somou 10 pontos. Portugal ainda tem chances, mas é preciso vencer. Dos 5 jogos disputados, os rubro-verdes ganharam apenas um.

A Suécia, que em 1958 foi à segunda colocada do Campeonato Mundial (ano esse, que o Brasil conquistou o primeiro título) e tem, hoje, em seu elenco um dos melhores jogadores na atualidade, o interista Ibrahimovic, está no mesmo grupo de Portugal. A seleção sueca vive, assim como Portugal, um péssimo momento nas eliminatórias. Ela tem o mesmo número de pontos dos lusitanos, porém, está com um jogo a menos.

Campeã do Mundo em 1998, a tradicionalíssima França, de outrora Zidane e Platini, teoricamente está em uma chave fácil (além da França, o grupo conta com Sérvia, Lituânia, Áustria, Romênia e Ilhas Faroe). Porém, não está jogando bem e só ocupa a terceira posição no grupo 7. A Sérvia ocupa a primeira posição com 12 pontos em 5 jogos, 5 pontos a mais do que a seleção gaulesa, que ganhou hoje da Lituânia por 1 a 0, gol de Ribéry.

E por último, a menos importante, futebolisticamente falando, e sempre pedra na chuteira brasileira, Noruega. Depois da copa de 98, a seleção nórdica nunca obteve bons resultados. A situação piorou após a aposentadoria do maior jogador do país, o atacante Solskjaer. Hoje, a seleção vermelha ocupa a última posição no seu grupo, somando apenas 2 pontos em 3 jogos, 10 atrás da líder Holanda.

Muitos jogos ainda serão disputados, mas é bom essas seleções abrirem os olhos porque em vez de pensarem na África, daqui há alguns jogos, elas poderão estar pensando no Brasil. Ou melhor, na CM do Brasil, em 2014.
Foto: Fifa

terça-feira, 24 de março de 2009

Antes, foi o Corinthians. Agora, o West Ham.

Em 2004, Kia chegou como um messias. Três anos depois, o iraniano saiu como um judas.
Quando o nome da empresa Media Sports Investments é pronunciado, o que passa pela sua cabeça? Nada? Se eu disser que esta empresa é a MSI? Ah, agora sim. Lembramos do Kia, o representante da empresa no Brasil; sua parceria nebulosa com o Corinthians e, principalmente, os crimes do qual a empresa está sendo acusada: lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de divisas.

Os corintianos ficam roxos só de lembrar da empresa londrina. Mas no começo a relação Corinthias-MSI eram só flores. A empresa investiu mais de 115 milhões de reais. Contratou várias estrelas como Tevez, Mascherano, Carlos Alberto e Nilmar.

O ano de 2005 foi o ápice da parceria. Corinthians Campeão Brasileiro (título questionado, mas foi). Porém, em 2006, a casa caiu. Kia levou Teves e Mascherano para Londres e parou de injetar milhões no time paulista. Resultado, o Timão está até hoje devendo alguns jogadores e ao treinador da época, Emerson Leão. O pior de tudo é que, pela primeira vez na história do Campeonato Brasileiro, o clube alvinegro foi rebaixado para a Série B.

Ai vem à pergunta: qual o motivo de eu está relembrando essa história?

Quando Tevez e Mascherano saíram do Timão, eles foram para a Inglaterra, jogar pelo West Ham. Clube este, que tinha um estreito relacionamento com o (provável) dono da MSI, o magnata russo Boris Berezovski. Os argentinos foram emprestados por uma quantia irrisória. Eles se transformaram em peça fundamental dos Hammers, ajudando, assim, a evitar a queda do time londrino para a segunda divisão.

A legislação inglesa proíbe os clubes filiados a Football Association de inscreverem jogadores ligados a empresas em seus campeonatos. Neste caso, Carlitos e Javier Mascherano tinham seus direitos econômicos vinculados a MSI e participaram da Premiere League irregularmente.

O clube que fez a melhor campanha entre os rebaixados, o Sheffield United, entrou na justiça esportiva requerendo a queda do West Ham pela escalação de jogadores irregulares. Porém, os times chegaram a um acordo extrajudicial e o clube de Upton Park pagou uma indenização em dinheiro ao time rebaixado. Especula-se que seja algo em torno de 10 a 25 milhões de libras.

Os jogadores do time do norte da Inglaterra, aproveitaram a situação desfavorável ao West Ham, também entraram na justiça para serem ressarcidos, alegando a desvalorização de suas imagens.

Como se não fosse o bastante, até o Leeds United está processando o antigo clube dos portenhos, porque o time tinha emprestado jogadores ao Sheffield, e com a queda para League Championship os atletas se desvalorizaram no mercado.

Se pensarmos bem, o West Ham está nesta situação caótica mais por culpa da incompetência de seus diretores, do que pelo maquiavelismo da empresa londrina.

Mas, tem que se recordar que, a MSI usou o Corinthians e o West Ham como vitrine para mostrar seus jogadores para o mundo. Depois de valorizados, a empresa os negocia e deixa os antigos sócios com um abacaxi para descascar.
Foto: Revista Veja

domingo, 22 de março de 2009

A utopia romana

O Estádio Olímpico de Roma será o palco para a final da UCL

Foi selado sexta-feira, 20, em Nyon, na Suíça, o destino dos grandes clubes do continente europeu. O sorteio das quartas-de-final da UEFA Champions League definiu o caminho que os clubes terão que percorrer até chegar em Roma, no dia 27 de maio.

Como disse (meu conterrâneo) o poeta Carlos Drumonnd “no meio do caminho tinha uma pedra”. Ou melhor, tem uma rocha, gigantesca, na vereda de Chelsea, Liverpool, Barcelona e Bayer. Estes clubes se enfrentarão pelas quartas (Barcelona x Bayern / Liverpool x Chelsea) e os vencedores se encontrarão na semifinal. Foi formado, assim, o percurso mais árduo para se chegar ao Estádio Olímpico de Roma.

Com um caminho menos pedregoso, se posso dizer assim, o atual campeão e favorito Manchester United enfrentará o Porto nas quartas e nas semi (se vencer o Porto) terá pela frente o Villarreal ou Arsenal. Anteriormente ao sorteio, o United já era considerado o grande favorito. Agora, as chances dos diabos vermelhos chegarem a final são grandes.

Apontarei, em seguida, os pontos fortes e débeis de cada equipe e os prováveis protagonistas dos confrontos.

Chelsea x Liverpool: Nas últimas quatro edições da UCL, os Reds e os Blues se enfrentaram em três delas. O Liverpool levou a melhor nas temporadas 2004-05 e 20006-07.
O Chelsea foi superior na última edição.
Pontos Positivos: O clube londrino, desde a chegada de Guus Hiddink, está com um aproveitamento impressionante: sete vitórias, um empate e apenas uma derrota (no jogo de ontem, 21, contra o Totennham). O Stamford Bridge voltou a ser um trunfo importante. Jogadores como Drogba e Ballack aumentaram seu rendimento, e a volta de Essien foi preponderante para melhora do meio campo do Chelsea.
O Liverpool ainda não perdeu no Anfield Road este ano. Conta com seus dois melhores jogadores (Torres e Gerrard) no ápice da temporada. O meio-de-campo é consistente, conta com a força de Mascherano (às vezes exagerada, pois, ele é o jogador que mais cometeu faltas na competição) e a inteligência de Gerrard (autor de um hat-trick, hoje, 22).
Pontos Negativos: Mesmo depois da bela recuperação, os Azuis não transmitem confiança aos seus torcedores. O time ainda não conseguiu a estabilidade de outrora.
O ponto negativo do Liverpool são as invencionices criadas pelo seu treinador, Rafael Benítiz (ele é o principal responsável por este momento excepcional dos Reds, mas, às vezes, ele realiza algumas alterações, no mínimo, estranhas). O manager espanhol continua insistindo com Riera (apesar da excelente partida de hoje) e é fã Nabil El Zhar.
Os protagonistas: O duelo ficará entre os jogadores símbolo das duas equipes. Gerrard, o atual artilheiro da UCL e um dos melhores jogadores da temporada. E Lampard, que mesmo não atuando bem nas últimas partidas, em um dia inspirado, ele pode desequilibrar o clássico.

Barcelona x Bayer: O Bayer conseguiu duas (incríveis) goleadas sobre o Sporting pelas oitavas da Champions e obteve uma boa recuperação na Bundesliga, subindo de 5° para 2°.
O Barça estava com uma mão na taça do Campeonato Espanhol, porém, perdeu alguns jogos e deixou a diferença cair, de 12 pontos para 6, frente ao Real Madri. Na UCL, conseguiu uma vitória convincente sobre o Lion, 5 a 2.
Pontos Positivos: Ambos os clubes tem o ataque, a força ofensiva, como principal característica. O time da Baviera conta no ataque com: Ribery (o sonho do Barcelona para a próxima temporada), o jogador com maior número de assistências na Liga dos Campeões; Klose, que ao lado de Gerrard, é o artilheiro da competição com sete gols e Luca Toni, desajeitado, porém, artilheiro.
O Clube catalão tem em seus homens de frente, assim como o clube de Munique, sua maior esperança. Messi é espetacular. Em qualquer jogada ele pode definir uma partida. O argentino tem ao seu lado no ataque: Eto’o, um grande artilheiro e Henry, ótimo nas jogadas aéreas (que o diga a Seleção Brasileira) e fundamental no esquema criado por Guardiola.
Pontos Negativos: O ponto negativo dos dois clubes é a marcação. Apesar de fazer muitos gols, eles também levam muitos. Por se tratar de times ofensivos demais, a marcação fica a desejar.
Os protagonistas: Como o ponto positivo dos clubes é o ataque, os possíveis protagonistas serão os atacantes. A velocidade, genialidade e habilidade dos dois encantam qualquer pessoa que tem aversão ao esporte bretão. O show ficará por conta de Ribery e Messi. Este duelo promete.

Manchester x Porto: Manchester e Porto se enfrentaram, pela última vez, na UCL 2003-04. Na ocasião, o Porto eliminou os Devils e findou-se campeão. O Porto é o franco-atirador, não tem “nada a perder”.
O United, mesmo vindo de duas derrotas (na Premiere League) seguidas, é o favorito ao título.
Pontos Positivos: O Manchester possui o melhor elenco do mundo. Tem a mescla ideal de juventude com experiência. Este é um dos principais motivos dele ser o grande favorito.
O Porto conta com um ataque potente. O argentno Lisandro Lopes é o artilheiro do clube na Champions e Raul Meireles é o 3° em assistências.
Pontos Negativos: A fase do Manchester (se dois jogos for considerado uma fase) é turbulenta no Campeonato Inglês.
O clube português é fraco tecnicamente comparado ao inglês. O goleiro, o brasileiro Helton, mostrou, nas oitavas, que não é muito confiável ao falhar nos dois gols do empate do Dragão, em Madri, contra o Atlético.
Os protagonistas: Os principais concorrentes a protagonizar este duelo são: o atacante lusitano Ronaldo, o melhor jogador do mundo no ano passado, e o argentino Lisandro Lopes, que causou pânico na zaga Colchonera na última fase.

Arsenal x Villareal: O confronto entre dois clubes que se encontraram na semifinal da UCL de 2005-06. O Arsenal conseguiu se classificar para a final (fato marcante do jogo: Riquelme perdeu um pênalti no final da partida). O meio campo Pires estava nesse jogo pelo lado inglês. Agora, ele defenderá o Villa ante seu ex-clube.
Pontos Positivos: O Villareal tem como principal trunfo o conjunto. O submarino amarelo tem bons jogadores como o goleiro (convocado para seleção espanhola) Lópes, o meio campista Marco Senna e o atacante italiano Rossi. O clube não fica dependente de um jogador em específico, visto que, a arma do time é a coletividade.
O Arsenal tem o meio de campo veloz e um atacante acima da média, Van Persie.
Pontos Negativos: O clube de Pellegrine joga bonito, mas também deixa o adversário jogar. A marcação, em alguns momentos, me parece ser falha.
Os Gunners, apesar de terem a experiência do time concentrada na zaga, a mesma, em inúmeras vezes, se mostrou lenta. Fato preocupante, tendo em vista o ataque rápido dos espanhóis.
Os protagonistas: Os jogadores que poderão fazer a diferença são: Marcos Senna do Villa, com sua precisão impressionante e Van Persie com seu faro de gol.

Só nos restas, agora, esperar o mês de Abril chegar, para vermos quem se dará melhor nesses embates.
Foto: uefa.com

sábado, 14 de março de 2009

Pra quem achava que o campeonato havia acabado...


Torres foi o melhor jogador da partida

Os jogos entre Manchester United e Liverpool estão entre os mais esperados de toda a temporada do futebol mundial. A partida deste sábado, válida pela 29ª rodada do Campeonato Inglês, ficou ainda mais atraente depois das belas atuações de ambos os times pela Liga dos Campeões, onde os Reds humilharam o Real Madri por 4 a 0 e os Devils bateram a Inter por 2 a 0, alcançando assim 16 jogos seguidos de invencibilidade.

Sem nenhum desfalque e jogando no Old Trafford, onde o Liverpool não ganha desde 2004 e o United não perde desde fevereiro, o Manchester era considerado o favorito.

O jogo começou e o Manchester demonstrou o favoritismo jogando melhor. Park sofreu um pênalti (discutível) aos 22 minutos. Cristiano Ronaldo, que completava 150 jogos pela Premier League, cobrou a penalidade, chutou forte no canto direito do goleiro Reina, para abrir o placar. Por falar em Reina, o goleiro do Liverpool teve uma atuação muito insegura: soltando bolas facilmente defensáveis e saindo mal do gol em várias situações. Por sorte do clube da terra dos Beatles, ele não foi muito testado neste jogo.

Com um tento no placar favorável ao clube da casa, os torcedores dos Devils já se sentiam tranquilizados, até porque a dupla de zagueiros do Manchester, Vidic e Ferdinand, é a melhor do mundo.

Entretanto, o sábado foi negro para a defesa menos vazada do Campeonato Inglês. Vidic, que em minha opinião é o melhor zagueiro do mundo na atualidade, falhou bisonhamente no primeiro gol do Liverpool. Aos 27 minutos, o zagueiro sérvio não conseguiu tirar a bola que pipocava próximo a sua área. Num oportunismo magistral, o atacante Fernando Torres conseguiu roubar a bola e com tranqüilidade empatou a partida.

Mesmo jogando isolado no ataque, com Kuyt e Gerrard flutuando no meio e mais preocupados com a marcação do que com a criação das jogadas e o Riera que cumpriu sua "importante" função (que eu ainda não descobri qual é), Torres se movimentou bastante e quando foi possível, criou oportunidades de gol.

Foi o que aconteceu aos 42 minutos. Torres deu um excelente passe para Gerrard que sairia na cara do gol não fosse o carrinho dado por Evra dentro da área, que resultou no segundo pênalti da partida. O próprio Gerrard cobrou e virou o jogo. O clube visitante acabou o primeiro tempo vencendo.

No segundo tempo, os diabos vermelhos voltaram melhor. Criaram algumas situações de gols, mas não concluíram, sem aproveitar, assim, a insegurança do Goleiro espanhol Pepe Reina.

O melhor zagueiro do mundo falhou mais uma vez. Após belo passe de Kuyt para Gerrad, que sairia, novamente, frente a frente com Van Der Sar. Porém, Vidic com um puxão na camisa o derrubou na entrada da grande área. Como era o último homem, Vidic acabou sendo expulso, aos 75 minutos. (Deve ter sido) A pior partida da vida do zagueiro do United.
O brasileiro Fábio Aurélio cobrou a falta e fez um belo gol. O goleiro neerlandês do Manchester nem se quer pulou na bola, tamanha a perfeição da cobrança. Coroando mais uma excepcional partida do lateral tupiniquim, o melhor jogador brasileiro atuando nos gramados da terra da rainha (Será que o Dunga não assisti aos jogos do Liverpool? Até porque o Brasil está precisando urgentemente de um lateral esquerdo).

Russel Crow, quer dizer, Fábio Aurélio comemorando o seu belo gol


Como desgraça pouca é bobagem, Dossena, que havia entrado no segundo tempo, pouco tempo depois do terceiro gol, fez o quarto. Chutou de primeira encobrindo o goleiro do Manchester, um golaço. Gol esse que selou com chave de ouro a atuação brilhante da equipe do Liverpool.

E pra quem achava que a Premier League já tinha um virtual campeão (o Manchester United) se equivocou. Pois, após esta derrota o campeonato ficará mais disputado, com a diferença de pontos caindo de 7 para 4 pontos do Manchester para o Liverpool e possivelmente, também, para o Chelsea, que precisa vencer amanhã o City.

Outros jogos do sábado pela EPL:

Arsenal 4 x 0 Blackburn
Bolton 1 x 3 Fulham
Everton 3 x 1 Stoke
City Hull City 1 x 1 Newcastle
Middlesbrough 1 x 1 Portsmouth
Sunderland 1 x 2 Wigan
Fotos: globoesporte.com

terça-feira, 10 de março de 2009

“There’s only one Ronaldo”

Era só para ser mais um dia de lançamentos de produtos do Manchester United que bateriam recordes de venda no mercado mundial. Porém, como eu disse, era para ser, mas não foi. Os Red Devils apresentaram naquele dia (05/03), em especial, uma camisa toda vermelha e com letras garrafais brancas escrito: “There’s only one Ronaldo”. Traduzindo para o potuguês: “Só há um Ronaldo”. Fazendo referência ao Cristiano e, claro, não ao nosso bom, velho (e gordo) artilheiro Ronaldo.




Será que isso foi uma jogada de marketing do clube inglês para que todo mundo (literalmente) só fale desta camisa? Pode até ser que sim, no entanto, a “verdadeira história” é outra.

Os marqueteiros ingleses podem até não entender absolutamente nada sobre futebol, mas nem eles seriam ignorantes ao ponto de crer que Cristiano, um dia, ultrapasse os feitos de Ronaldo. Esta camisa foi feita porque “There’s only one Ronaldo” é o nome da canção entoada pelos torcedores dos diabos vermelhos em jogos do clube.

Como num contrataque ‘fenomenal’, o Corinthians lançou uma camisa (quase uma cópia da camisa inglesa) como forma de retaliação. Nesta camisa está escrito:“Só há um Ronaldo que: marcou três golos contra o Manchester em pleno Old Trafford; foi eleito três vezes o melhor jogador do Mundo da FIFA; conquistou dois Mundiais; é o maior artilheiro em Mundiais; por três vezes deu a volta por cima.”

A grande maioria dos meios de comunicação divulgou essa informação distorcida, como se realmente os dirigentes e marqueteiros do Manchester achassem que Cristiano Ronaldo é melhor hoje do que Ronaldo foi outrora. Entretanto, a camisa foi uma homenagem tanto à Cristiano Ronaldo, por ele ter sido, ano passado, o melhor jogador do mundo, quanto para a torcida do clube, que nos jogos sempre cantam a canção: “There’s only one Ronaldo”.

Fotos: abril.com

sábado, 7 de março de 2009

A Libertadores e suas peculiaridades


Libertadores, o torneio de futebol mais importante da América


A Copa Libertadores começou a ser disputada em 1960 pelos melhores times da América do Sul (escolhidos por critérios técnicos de cada país). A partir de 1998, os clubes mexicanos começaram a participar da competição. O certame recebeu esse nome em homenagem aos principais líderes da independência dos países da América Latina: José de Sucre, Bernardo O’Higgins, Dom Pedro I, José de San Martín e Simon Bolívar. Esta é a Libertadores, sonho de 10 entre 10 times da América Latina. (Baseado em Informação da Winkipédia)


Os clubes da pátria de chuteiras (leia-se, do Brasil), investem pesado em contratações, se preparam durante todo o início da temporada visando prioritariamente o título da Copa. Este ano não foi diferente, os clubes brasileiros conseguiram no mercado (mesmo ele estando escasso) boas peças para melhor formação do grupo para a disputa do torneio. O Palmeiras conseguiu contratar o Keirrison depois de uma longa novela. Já o seu rival, o Tricolor do Morumbi, adquiriu vários jogadores para esta temporada, o reforço de maior peso foi Washington, o algoz do São Paulo no ano passado. Para a Ilha do Retiro, o Leão conseguiu trazer Paulo Bayer, que está passando a experiência necessária ao setor ofensivo rubro-negro, que conta com a jovem promessa Ciro, de apenas 19 anos. O Tricolor Imortal apresentou uma série de atletas, mas as esperanças se concentram no atacante Maxi Lopes, que ainda não estreou. Por último, o Cruzeiro que trouxe o atacante Kléber. Porém, o mais importante das equipes brasileiras foi à manutenção da base do ano passado para este ano. Exceto o Palmeiras, que modificou bastante a sua equipe. Embora esteja muito bem no Paulistão, que tem um nível técnico inferior a Libertadores (principalmente em seu grupo), o alviverde não obtém o mesmo rendimento na Copa, pelo contrário. Isto demonstra que os campeonatos regionais não servem
como base para as principais competições (Brasileiro e Libertadores).


Comparando os elencos do torneio, os clubes brasileiros (fico em dúvida em relação ao Sport) são superiores, pelo menos no papel, aos seus adversários (a exceção a esta regra é o Boca Júniors). Mas se temos os times mais fortes do continente porque desde 2006 não ganhamos a Copa?

Por dois motivos. O primeiro é que nem sempre o melhor clube, tecnicamente falando, ganha as Copas. Fazer uma única partida ruim pode significar o adeus da competição (lembra do Flamengo contra o América no ano passado?). Sem falar das tão famosas Zebras, como o Once Caldas, campeão da Libertadores de 2004.

O segundo motivo são os estereótipos, ou as síndromes que tomam conta da maioria dos clubes brasileiros em algumas situações:


Altitude

Jogar em locais acima de 2.500 metros de altitude é um pesadelo. É criado um estigma negativo na cabeça dos jogares e antes mesmo deles chegarem na cidade onde a partida será realizada, eles já estão passando mal, não conseguem respirar normalmente; tudo muda no psicológico do atleta. Ai sim, se torna normal clubes tecnicamente superiores perderem para outros infinitamente piores, assim como aconteceu no ano passado quando o Cruzeiro perdeu por 5 a 1 para o Real Potosi.

Felizmente, este ano isso - ainda - não aconteceu. O Palmeiras ganhou do Potosi (2 a 0) e o Cruzeiro ganhou do Universidad de Sucre (1 a 0) e empatou com o Deportivo Quito (1 a 1).





Potosi (Bolívia), a cidade é localizada a mais de 4 mil metros de altitude


Arbitragem

A arbitragem é taxada, por jornalistas e pelos próprios jogadores, de deixar o jogo correr, ou como eles mesmo falam “os árbitros não marcam qualquer faltinha”. Ledo engano. Pensando desta forma, os atletas brasileiros entram em campo e “descem o sarrafo”. Sobra cotovelo pra lá, botinada pra cá; com isso eles acabam esquecendo que são superiores tecnicamente e entram no jogo que os adversários querem, menos futebol e mais confusão. O Cruzeiro, por exemplo, disputou três jogos pela Libertadores e teve quatro jogadores expulsos. Parece que os boleiros brasileiros se esquecem que a regra do futebol é uma para todos os árbitros, mas que cada um tem uma maneira subjetiva de julgar cada lance da partida. Então, nunca é bom generalizar. Pior ainda, é chegar à conclusão, precipitada, que os árbitros sulamericanos não marcam as faltas que os árbitros brasileiros marcam.


Boca Júniors e a La Bombonera

O Boca Júniors, o bicho papão da Libertadores, como é conhecido aqui no Brasil, é o time mais temido da competição. Com um elenco forte e jogando em seu estádio, a La Bombonera, o time argentino consegue criar uma “atmosfera diferente”, ou pelo menos é isso que dizem nossos jogadores e periodistas. Com essa fama, o Boca é temido e sempre se torna favorito, mesmo se não estiver bem. Os adversários do “azuloro”, em muitas vezes, se apequenam, ou melhor, se acovardam jogando na defesa o tempo todo, seguros de que um empate é um bom resultado. Assim, acabam perdendo, muitas vezes de goleada, como o Grêmio em 2007
(3 a 0, para o Boca), e depois se torna quase impossível reverter o placar em casa.

A última vez que um clube brasileiro venceu na La Bombonera, em partida válida pela Libertadores, foi em 2003. O Paysandu ganhou por 1 a 0, com gol de Iarley, que mais tarde vestiria a camisa boquense. Mas infelizmente o Papão da Curuzu acabou sendo eliminado pelo próprio Boca no jogo da volta no Mangueirão, perdendo por 4 a 2. Além do Paysandu, somente o Cruzeiro, Grêmio e Santos conseguiram vencer o Boca pala Libertadores na La Bombonera.




La Bombonera, ou em bom português, a caixa de bombons


Este ano, pelos jogos que vi da Libertadores, os clubes brasileiros são favoritíssimos. Creio, se nenhuma Zebra aparecer galopando pelos gramados americanos, que o Boca Júniors é o único time que pode amedrontar aos clubes do Brasil, não pela “atmosfera” da La Bombonera, e sim, pelo forte time que tem. Mas, mesmo com o Boca sempre assombrando e com todas as síndromes que afetam os nossos clubes, eu aposto todas as minhas fichas que o título da Copa Libertadores de 2009 virá para o Brasil.



Fotos: nickwinter.com (Potosi)/ footbaall-wallpapers.com (La Bombonera)