segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sedentos pelo título

"É teu passado alvi-rubro motivo de festas em nossos corações"


Mais de um quarto do Campeonato Brasileiro já foi disputado, 10 jogos num total de 38. Agora, os clubes estão unicamente voltados ao torneio nacional, a exceção a essa regra é o Cruzeiro, que ainda disputará mais uma partida pela Copa Libertadores. Como a liga tupiniquim é a mais disputada do mundo, ainda não podemos fazer um prognóstico seguro com relação aos verdadeiros candidatos ao título. Isto sem falar na tão odiada – para os torcedores - janela de meio de ano, que pode dar novos rumos ao torneio (um bom exemplo disso é o Flamengo do ano passado, que perdeu três jogadores e, conseqüentemente, o campeonato).

Mas, mesmo sabendo que muita água passará por baixo da ponte, podemos apontar uma tendência das associações que brigarão pela ponta. E entre elas, é interessante notar que os dois clubes que postulam em melhor situação, Atlético e Internacional, vivem um longo jejum de conquista do campeonato nacional.

O líder Atlético Mineiro não ganha o caneco desde a sua primeira edição, em 1971. Naquela época, os campeões do gelo contavam com um dos melhores técnicos da história do futebol brasileiro: Telê Santana. Além, claro, do jogador mais folclórico do Brasil: Dadá Maravilha.

Hoje, o Atlético tem um bom time, baseado, fundamentalmente, na força do grupo. No entanto, o elenco é limitado. Algumas posições estão carentes até de titulares, por exemplo, a lateral direita, onde atua o jovem Marcos Rocha, que é reserva do improvisado meio-campista Carlos Alberto. O Galo de 2009, para muitos, será o Botafogo dos últimos nacionais, começando muito bem e perdendo sua força ao longo do torneio. Porém, existem diferenças primordiais entre esses dois clubes. A primeira é o técnico. Quando olho para o banco e vejo Celso Roth, um especialista em montar bons times com recursos escassos, acredito que a história pode, sim, ser distinta, e similar à campanha passada do tricolor gaúcho. Já a segunda é a torcida, um motor que empurra a equipe nos jogos em casa e já detém a maior média de público do campeonato. O alvinegro, a meu ver, é o maior ponto de interrogação do campeonato.

Com o time vivendo o pior momento da temporada, os colorados temem passar o ano do centenário sem um título de expressão. Este ano, o Inter completa 30 anos da última conquista do Campeonato Brasileiro. Ela foi inesquecível, pois foi a única vez que um clube foi campeão brasileiro invicto. O time era recheado de craques como Falcão, Batista, Valdomiro, Mário Sérgio, Mauro Galvão entre outros. Além de ter no comando um dos melhores técnicos das décadas 1970 e 1980: Ênio Andrade.

O time atual, assim como o de 1979, tem o melhor elenco do Brasil. O principal motivo da péssima fase vivida pelo time é a saturação do esquema adotado por Tite. O meio de campo pegador, formado por três volantes e apenas um armador, não consegue mais criar oportunidades de gol – isto devido às más atuações de D’alessandro-, e a defesa, o ponto de equilíbrio do time, agora não suporta um ataque mediano, tenha como exemplo o último jogo. O melhor jogador do clube e do Brasil, Nilmar, vive na eminência de voltar à Europa. Ele almeja tanto o velho continente como os colorados o título brasileiro. Muricy Ramalho atormenta o sono do atual técnico do Internacional, que poderá acordar a qualquer momento desempregado. E isso não é uma brincadeirinha, os títulos perdidos, da Copa do Brasil e da Recopa, só fizeram aumentar a pressão sobre o comandante colorado. Entretanto, com todos esses problemas, o Internacional ainda é o principal candidato ao título.

Foto: Globoesporte.com