Mais de um quarto do Campeonato Brasileiro já foi disputado, 10 jogos num total de 38. Agora, os clubes estão unicamente voltados ao torneio nacional, a exceção a essa regra é o Cruzeiro, que ainda disputará mais uma partida pela Copa Libertadores. Como a liga tupiniquim é a mais disputada do mundo, ainda não podemos fazer um prognóstico seguro com relação aos verdadeiros candidatos ao título. Isto sem falar na tão odiada – para os torcedores - janela de meio de ano, que pode dar novos rumos ao torneio (um bom exemplo disso é o Flamengo do ano passado, que perdeu três jogadores e, conseqüentemente, o campeonato).
Mas, mesmo sabendo que muita água passará por baixo da ponte, podemos apontar uma tendência das associações que brigarão pela ponta. E entre elas, é interessante notar que os dois clubes que postulam em melhor situação, Atlético e Internacional, vivem um longo jejum de conquista do campeonato nacional.
O líder Atlético Mineiro não ganha o caneco desde a sua primeira edição, em 1971. Naquela época, os campeões do gelo contavam com um dos melhores técnicos da história do futebol brasileiro: Telê Santana. Além, claro, do jogador mais folclórico do Brasil: Dadá Maravilha.
Hoje, o Atlético tem um bom time, baseado, fundamentalmente, na força do grupo. No entanto, o elenco é limitado. Algumas posições estão carentes até de titulares, por exemplo, a lateral direita, onde atua o jovem Marcos Rocha, que é reserva do improvisado meio-campista Carlos Alberto. O Galo de 2009, para muitos, será o Botafogo dos últimos nacionais, começando muito bem e perdendo sua força ao longo do torneio. Porém, existem diferenças primordiais entre esses dois clubes. A primeira é o técnico. Quando olho para o banco e vejo Celso Roth, um especialista em montar bons times com recursos escassos, acredito que a história pode, sim, ser distinta, e similar à campanha passada do tricolor gaúcho. Já a segunda é a torcida, um motor que empurra a equipe nos jogos em casa e já detém a maior média de público do campeonato. O alvinegro, a meu ver, é o maior ponto de interrogação do campeonato.
Com o time vivendo o pior momento da temporada, os colorados temem passar o ano do centenário sem um título de expressão. Este ano, o Inter completa 30 anos da última conquista do Campeonato Brasileiro. Ela foi inesquecível, pois foi a única vez que um clube foi campeão brasileiro invicto. O time era recheado de craques como Falcão, Batista, Valdomiro, Mário Sérgio, Mauro Galvão entre outros. Além de ter no comando um dos melhores técnicos das décadas 1970 e 1980: Ênio Andrade.
O time atual, assim como o de 1979, tem o melhor elenco do Brasil. O principal motivo da péssima fase vivida pelo time é a saturação do esquema adotado por Tite. O meio de campo pegador, formado por três volantes e apenas um armador, não consegue mais criar oportunidades de gol – isto devido às más atuações de D’alessandro-, e a defesa, o ponto de equilíbrio do time, agora não suporta um ataque mediano, tenha como exemplo o último jogo. O melhor jogador do clube e do Brasil, Nilmar, vive na eminência de voltar à Europa. Ele almeja tanto o velho continente como os colorados o título brasileiro. Muricy Ramalho atormenta o sono do atual técnico do Internacional, que poderá acordar a qualquer momento desempregado. E isso não é uma brincadeirinha, os títulos perdidos, da Copa do Brasil e da Recopa, só fizeram aumentar a pressão sobre o comandante colorado. Entretanto, com todos esses problemas, o Internacional ainda é o principal candidato ao título.
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