sábado, 7 de março de 2009

A Libertadores e suas peculiaridades


Libertadores, o torneio de futebol mais importante da América


A Copa Libertadores começou a ser disputada em 1960 pelos melhores times da América do Sul (escolhidos por critérios técnicos de cada país). A partir de 1998, os clubes mexicanos começaram a participar da competição. O certame recebeu esse nome em homenagem aos principais líderes da independência dos países da América Latina: José de Sucre, Bernardo O’Higgins, Dom Pedro I, José de San Martín e Simon Bolívar. Esta é a Libertadores, sonho de 10 entre 10 times da América Latina. (Baseado em Informação da Winkipédia)


Os clubes da pátria de chuteiras (leia-se, do Brasil), investem pesado em contratações, se preparam durante todo o início da temporada visando prioritariamente o título da Copa. Este ano não foi diferente, os clubes brasileiros conseguiram no mercado (mesmo ele estando escasso) boas peças para melhor formação do grupo para a disputa do torneio. O Palmeiras conseguiu contratar o Keirrison depois de uma longa novela. Já o seu rival, o Tricolor do Morumbi, adquiriu vários jogadores para esta temporada, o reforço de maior peso foi Washington, o algoz do São Paulo no ano passado. Para a Ilha do Retiro, o Leão conseguiu trazer Paulo Bayer, que está passando a experiência necessária ao setor ofensivo rubro-negro, que conta com a jovem promessa Ciro, de apenas 19 anos. O Tricolor Imortal apresentou uma série de atletas, mas as esperanças se concentram no atacante Maxi Lopes, que ainda não estreou. Por último, o Cruzeiro que trouxe o atacante Kléber. Porém, o mais importante das equipes brasileiras foi à manutenção da base do ano passado para este ano. Exceto o Palmeiras, que modificou bastante a sua equipe. Embora esteja muito bem no Paulistão, que tem um nível técnico inferior a Libertadores (principalmente em seu grupo), o alviverde não obtém o mesmo rendimento na Copa, pelo contrário. Isto demonstra que os campeonatos regionais não servem
como base para as principais competições (Brasileiro e Libertadores).


Comparando os elencos do torneio, os clubes brasileiros (fico em dúvida em relação ao Sport) são superiores, pelo menos no papel, aos seus adversários (a exceção a esta regra é o Boca Júniors). Mas se temos os times mais fortes do continente porque desde 2006 não ganhamos a Copa?

Por dois motivos. O primeiro é que nem sempre o melhor clube, tecnicamente falando, ganha as Copas. Fazer uma única partida ruim pode significar o adeus da competição (lembra do Flamengo contra o América no ano passado?). Sem falar das tão famosas Zebras, como o Once Caldas, campeão da Libertadores de 2004.

O segundo motivo são os estereótipos, ou as síndromes que tomam conta da maioria dos clubes brasileiros em algumas situações:


Altitude

Jogar em locais acima de 2.500 metros de altitude é um pesadelo. É criado um estigma negativo na cabeça dos jogares e antes mesmo deles chegarem na cidade onde a partida será realizada, eles já estão passando mal, não conseguem respirar normalmente; tudo muda no psicológico do atleta. Ai sim, se torna normal clubes tecnicamente superiores perderem para outros infinitamente piores, assim como aconteceu no ano passado quando o Cruzeiro perdeu por 5 a 1 para o Real Potosi.

Felizmente, este ano isso - ainda - não aconteceu. O Palmeiras ganhou do Potosi (2 a 0) e o Cruzeiro ganhou do Universidad de Sucre (1 a 0) e empatou com o Deportivo Quito (1 a 1).





Potosi (Bolívia), a cidade é localizada a mais de 4 mil metros de altitude


Arbitragem

A arbitragem é taxada, por jornalistas e pelos próprios jogadores, de deixar o jogo correr, ou como eles mesmo falam “os árbitros não marcam qualquer faltinha”. Ledo engano. Pensando desta forma, os atletas brasileiros entram em campo e “descem o sarrafo”. Sobra cotovelo pra lá, botinada pra cá; com isso eles acabam esquecendo que são superiores tecnicamente e entram no jogo que os adversários querem, menos futebol e mais confusão. O Cruzeiro, por exemplo, disputou três jogos pela Libertadores e teve quatro jogadores expulsos. Parece que os boleiros brasileiros se esquecem que a regra do futebol é uma para todos os árbitros, mas que cada um tem uma maneira subjetiva de julgar cada lance da partida. Então, nunca é bom generalizar. Pior ainda, é chegar à conclusão, precipitada, que os árbitros sulamericanos não marcam as faltas que os árbitros brasileiros marcam.


Boca Júniors e a La Bombonera

O Boca Júniors, o bicho papão da Libertadores, como é conhecido aqui no Brasil, é o time mais temido da competição. Com um elenco forte e jogando em seu estádio, a La Bombonera, o time argentino consegue criar uma “atmosfera diferente”, ou pelo menos é isso que dizem nossos jogadores e periodistas. Com essa fama, o Boca é temido e sempre se torna favorito, mesmo se não estiver bem. Os adversários do “azuloro”, em muitas vezes, se apequenam, ou melhor, se acovardam jogando na defesa o tempo todo, seguros de que um empate é um bom resultado. Assim, acabam perdendo, muitas vezes de goleada, como o Grêmio em 2007
(3 a 0, para o Boca), e depois se torna quase impossível reverter o placar em casa.

A última vez que um clube brasileiro venceu na La Bombonera, em partida válida pela Libertadores, foi em 2003. O Paysandu ganhou por 1 a 0, com gol de Iarley, que mais tarde vestiria a camisa boquense. Mas infelizmente o Papão da Curuzu acabou sendo eliminado pelo próprio Boca no jogo da volta no Mangueirão, perdendo por 4 a 2. Além do Paysandu, somente o Cruzeiro, Grêmio e Santos conseguiram vencer o Boca pala Libertadores na La Bombonera.




La Bombonera, ou em bom português, a caixa de bombons


Este ano, pelos jogos que vi da Libertadores, os clubes brasileiros são favoritíssimos. Creio, se nenhuma Zebra aparecer galopando pelos gramados americanos, que o Boca Júniors é o único time que pode amedrontar aos clubes do Brasil, não pela “atmosfera” da La Bombonera, e sim, pelo forte time que tem. Mas, mesmo com o Boca sempre assombrando e com todas as síndromes que afetam os nossos clubes, eu aposto todas as minhas fichas que o título da Copa Libertadores de 2009 virá para o Brasil.



Fotos: nickwinter.com (Potosi)/ footbaall-wallpapers.com (La Bombonera)