sábado, 22 de agosto de 2009

É agora ou nunca, Ronaldinho?

As boas atuações do brasileiro não podem ser como uma foto antiga, algo esquecido no passado.

“É agora ou nunca”. Este ultimato foi dado pelo técnico do Milan, Leonardo, na sexta feira, 21, fazendo referência que esta temporada pode ser a última grande oportunidade de Ronaldinho Gaúcho recuperar o seu futebol. E pelo visto deu certo. Na estréia do time de Milão pelo Calcio, contra o Siena, o ex melhor do mundo jogou como a tempos ele não jogava: passes milimétricos, dribles desconcertantes, chutes precisos. Ronaldinho voltou a utilizar seu extenso leque de jogadas.

O melhor em campo no jogo de hoje se movimentou muito bem e foi decisivo na vitória do clube rubro-negro ao dar uma assistência para Pato abrir o placar, ao participar ativamente do último gol, além de ter feito um gol de falta que foi bem anulado pelo árbitro da partida e, num lance que fez lembrar seus áureos tempos de Barcelona, quase anotou um belíssimo gol de bicicleta.

É demasiadamente cedo para afirmar que o segundo melhor Ronaldo brasileiro vai encantar o mundo futebolístico novamente. Foi apenas um jogo contra uma equipe medíocre e medrosa. Mas já é alguma coisa, até porque o brasileiro só atuava bem em partidas festivas, de preferência as que tinham mulher bonita e cerveja gelada após a pelada.

A mudança na forma do Milan jogar influiu bastante no rendimento do atleta de camisa 80, pelo menos na primeira partida do Calcio. Semestre passado, Kaká atuava mais a frente, exercendo a função do quarto homem de meio de campo, Seedorf também aparecia de trás, conseqüentemente, o Gaúcho acabou perdendo seu espaço e parou no banco – suas pífias atuações também colaboraram para isso. Nesta temporada, com a ausência dos dois meio-campistas e com o esquema armado por Leonardo (4-3-1-2), Ronaldinho tem a liberdade necessária para voltar a atuar bem.

O craque ainda sonha em vestir novamente a amarelinha e disputar mais uma Copa do Mundo. Para isso é preciso manter um nível elevado em suas atuações pelo clube rossoneri e ter pelo menos um pouco mais de profissionalismo, dedicar mais o seu tempo com treinamentos e descanso e evitar as constantes baladas (não podemos esquecer que jogador de futebol também deve ter seu tempo para sair, pra dançar, se divertir. Porém, tudo na vida tem sua hora certa e, assim como a diferença entre o remédio e o veneno, sua dose exata).

É agora ou nunca, Ronaldinho?

Foto: O Globo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dinheiro traz felicidade?

Numa sociedade capitalista como a nossa, dinheiro é tudo. Ou quase tudo. No mundo do futebol, um time rico tem uma probabilidade colossal de ser campeão comparado com um menos afortunado, principalmente no velho continente. E como a maior felicidade que um torcedor pode ter é ser campeão, podemos deduzir que, na grande maioria das vezes, dinheiro traz, sim, felicidade, pelo menos para o torcedor.

Para esta temporada, Real Madrid e Manchester City, respectivamente, foram os times que mais investiram em contratações de atletas, visando, claro, ter de volta o sorriso estampado no rosto de seus seguidores. Até porque, o ano passado foi dominado inteiramente pelos seus principais rivais, Barcelona e Manchester United. A equipe de Valdano gastou 247 milhões de Euros. Mais do que o dobro dos Citizens, que investiram pouco mais de 93 milhões.

Florentino Pérez, inspirado em sua primeira passagem pelo clube merengue, tratou logo de buscar reforços para dar início a seu projeto: montar uma equipe que possa disputar em igualdade de condições com o Barcelona e fazer do novo Real a segunda edição dos Galácticos. Os melhores e mais caros jogadores do mundo desembarcaram no aeroporto de Barajas. Além do atual melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, chegaram Kaká – o mais eficiente -, Benzema, Xabi Alonso e outros coadjuvantes como Arbeloa e Albiol. Não podemos esquecer dos bons e essenciais boleiros que já estavam no Bernabéu: Casillas, Robben e o eterno capitão Raúl.



Dos Galácticos de 2001/02, restou apenas ele, o Highlander espanhol. Mesmo não sendo muito alardeado pela imprensa, Raúl Gonzáles pode ser fundamental neste novo time, mesmo que não seja jogando.


Pellegrini possui a melhor mão-de-obra que um técnico pode desejar. Agora, ele tem que transformar, o mais rápido possível - até porque tempo é dinheiro - um amontoado de craques em um time vitorioso, missão, digamos, complicada. Isso porque o desejo dos Merengues é repetir a façanha do Barcelona na temporada passada, conquistar o triplete (Campeonato Espanhol, Copa do Rei e Liga dos Campeões). “Quero ganhar Copa, Liga e Champions” disse o comedido Kaká ao periódico madrileno (nos dois sentidos) Marca. Com um time recheado de estrelas não é nenhum pecado pensar alto assim.

Os azuis de Manchester não tem objetivos tão audaciosos assim. Uma vaga na Champions do ano que vem e, quem sabe, uma FA Cup da vida já estão de bom tamanho. Temos que levar em conta, para fazer essa análise, que na Inglaterra existem quatro clubes grandes, e o City não faz parte deles, diferentemente da Espanha, que conta com apenas dois, Barça e Real.

O time comandado pelo contestado Mark Hughes fez boas aquisições para a nova temporada. Obteve jogadores de alto nível técnico e adaptados à Inglaterra como Téves, Touré, Adebayor e Gareth Barry. O patético décimo lugar e os 40 pontos a menos do que o United na última Premier League devem ser esquecidos. Na luta pela última vaga na Liga dos Campeões, o Citizens provavelmente duelará com o Arsenal, que terá pouquíssimas chances de sucesso no Campeonato Inglês. Este - a liga inglesa - deverá ter a disputa mais emocionante dos últimos anos, com Chelsea, Liverpool e Manchester United brigando pelo título.

Só saberemos se a montanha de dinheiro deteriorado por esses dois clubes trará felicidade ao decorrer desta temporada que se inicia. Por enquanto, devido às aquisições feitas, os torcedores são só felicidade.

Foto: madridgalacticos.com